terça-feira, 30 de novembro de 2021
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
Concurso "Era uma vez..."
No Mês Internacional das Bibliotecas Escolares, desafiamos os nossos alunos a escreverem um conto e a participarem no concurso "Era uma vez...". Clica na imagem para veres o regulamento.
segunda-feira, 4 de outubro de 2021
MIBE 2021: Querer é poder
Publicamos durante o mês de
outubro uma recolha de contos feita no âmbito da comemoração do Mês
Internacional da Biblioteca Escolar.
Querer
é poder (português
arcaico)
- Portugal -
— Quem procura
sempre encontra diz um velho proverbio; quero ver por experiencia, disse um dia
um rapaz, se esta maxima é verdadeira.
Poz-se a
caminho, e foi apresentar-se ao governador d'uma grande cidade.
— Senhor,
disse-lhe elle, ha muitos annos que vivo tranquillo e solitariamente, e a
monotonia fatigou-me. Meu amo disse-me muitas vezes — Quem procura
sempre encontra, e quem porfia mata caça. Tomei uma grande
resolução. Quero casar com a filha do rei.
O governador
mandou-o embora, imaginando que era um doido.
O rapaz voltou
no dia seguinte, no outro e no outro, e assim durante uma semana, sempre com a
mesma vontade inabalavel, até que o rei ouviu fallar o rapaz da sua louca
pretensão. Surprehendido com uma idéa tão extravagante, e, querendo
divertir-se, disse-lhe o rei:
— Que um homem
distincto pela gerarchia, pela coragem, pela sciencia, pensasse em casar com
uma princeza, nada mais natural. Mas tu, quaes são os teus titulos? Para seres
o marido de minha filha é necessario que te distingas por alguma qualidade
especial ou por um acto de valor extraordinario. Ouve. Perdi ha muito tempo no
rio um diamante d'um valor incalculavel. Aquelle que o encontrar obterá a mão
de minha filha.
O rapaz,
contente com esta promessa, foi estabelecer-se nas margens do rio; logo de
manhã começava a tirar agua com um balde pequeno, e deitava-a na areia, e,
depois de ter assim trabalhado durante horas e horas, punha-se a resar.
Os peixes
inquietos ao verem tão grande tenacidade, e receiando que chegasse a esgotar o
rio, reuniram-se em conselho.
— Que quer este
homem? perguntou o rei dos peixes.»
— Encontrar um
diamante que caiu ao rio.»
— Então,
respondeu o velho rei, sou d'opinião que lh'o entreguem, porque vejo qual é a
tempera da vontade d'este rapaz; mais facil seria esgotar as últimas gotas do
rio, do que desistir da sua empreza.»
Os peixes
deitaram o diamante no balde do rapaz, que casou com a filha do rei.
Desconhecido
MIBE 2021: Os Pecegos
Publicamos durante o mês de
outubro uma recolha de contos feita no âmbito da comemoração do Mês
Internacional da Biblioteca Escolar.
Os
pecegos (português
arcaico)
- Portugal -
Um lavrador que tinha quatro filhos trouxe-lhes um dia cinco pecegos magníficos. Os pequenos, que nunca tinham visto semelhantes fructos, extasiaram-se diante das suas côres e da fina penugem que os cubria. À noite o pae perguntou-lhes:
— Então comeram os pecegos?
— Eu comi, disse o mais velho. Que bom que era! Guardei o caroço, e hei de plantal-o para nascer uma arvore.»
— Fizeste bem, respondeu o pae, é bom ser economico e pensar no futuro.»
— Eu, disse o mais novo, o meu pecego comi-o logo, e a mamã ainda me deu metade do que lhe tocou a ella. Era doce como mel.»
— Ah! acudiu o pae, foste um pouco guloso, mas na tua edade não admira; espero que quando fores maior te has de corrigir.»
— Pois eu cá, disse um terceiro, apanhei o caroço que o meu irmão deitou fóra, quebrei-o, e comi o que estava dentro, que era como uma noz. Vendi o meu pecego, e com o dinheiro hei de comprar coisas quando for á cidade.»
O pae meneou a cabeça:
— Foi uma idéa engenhosa, mas eu preferia menos calculo.
— E tu, Eduardo, provaste o teu pecego?
— Eu, meu pae, respondeu o pequeno, levei-o ao filho do nosso visinho, ao Jorge, que está coitadinho com febre. Elle não o queria, mas deixei-lh'o em cima da cama, e vim-me embora.
— Ora bem, perguntou o pae, qual de vós é que empregou melhor o pecego que eu lhe dei?
E os três pequenos disseram á uma:
— Foi o mano Eduardo.
Este no entanto não dizia palavra, e a mãe abraçou-o com os olhos arrazados de lagrimas.
Desconhecido
MIBE 2021: O Pinheiro Ambicioso
Publicamos durante o mês de
outubro uma recolha de contos feita no âmbito da comemoração do Mês
Internacional da Biblioteca Escolar.
O
Pinheiro ambicioso (português
arcaico)
- Portugal -
O Genio da montanha ouviu-o, e no dia seguinte pela manhã acordou o pinheiro com folhas de oiro. Ficou radiante de alegria, e admirou-se, pavoneou-se todo, olhando com altivez para os outros pinheiros, que, mais sensatos do que elle, não invejavam a sua rapida fortuna. Á noite passou por alli um judeu, arrancou-lhe todas as folhas, metteu-as n'um sacco, e foi-se embora, deixando-o inteiramente nu dos pés á cabeça.
«Oh! disse elle, que doido que eu fui! não me tinha lembrado da cobiça dos homens. Fiquei completamente despido. Não ha agora em toda a floresta uma planta tão pobre como eu. Fiz mal em pedir folhas de oiro; o oiro attrae as ambições.
Ah! se eu arranjasse um vestuario de vidro! Era deslumbrante, e o judeu avarento não me teria despido.»
No dia seguinte acordou o pinheiro com folhas de vidro, que reluziam ao sol como pequeninos espelhos. Ficou outra vez todo contente e orgulhoso, fitando desdenhosamente os seus visinhos. Mas n'isto o ceo cobriu-se de nuvens, e o vento rugindo, estallando, quebrou com a sua aza negra as folhas de cristal.
«Enganei-me ainda, disse o joven pinheiro, vendo por terra todo feito em pedaços o seu manto cristalino. O oiro e o vidro não servem para vestir as florestas. Se eu tivesse a folhagem assetinada das avelleiras, seria menos brilhante, mas viveria descansado.»
Cumpriu-se o seu ultimo desejo, e, apesar de ter renunciado ás vaidades primitivas, julgava-se ainda assim mais bem vestido do que todos os outros pinheiros seus irmãos. Mas passou por ali um rebanho de cabras, e vendo as folhas acabadas de nascer, tenrinhas e frescas, comeram-lh'as todas sem deixar uma unica.
O pobre pinheiro, envergonhado e arrependido, já queria voltar á sua fórma natural. Conseguiu ainda este favor, e nunca mais se queixou da sua sorte.
Desconhecido
MIBE 2021: Não quero
Publicamos durante o mês de
outubro uma recolha de contos feita no âmbito da comemoração do Mês
Internacional da Biblioteca Escolar.
Não
quero (português arcaico)
- Portugal -
Um dia, passando na estrada, ouvi dois rapazitos que fallavam muito alto: «Não, dizia um com voz energica, não quero.» Parei e perguntei-lhe: — O que é que tu não queres, meu rapaz? — «Não quero dizer á mamã que venho da escola, porque é mentira. Sei que me hade ralhar, mas antes quero que me ralhe do que mentir.» — E tens razão, disse-lhe eu. És um rapaz como se quer.» Apertei-lhe a mão, emquanto que o outro pequeno, que lhe aconselhava que se desculpasse mentindo, ia-se embora todo envergonhado.
D'ahi a alguns mezes, passando pela mesma aldeia e tendo de fallar com o professor, entrei na escola, onde reconheci immediatamente os meus dois pequenos; o que não quiz mentir, sorria-me, emquanto que o outro, vendo-me, baixou os olhos. Ao despedir-me interroguei o mestre sobre os dois alumnos: Oh! disse-me elle, fallando do primeiro, é um magnifico estudante, um pouco teimoso, mas honrado, sincero, sempre prompto a confessar as suas faltas e o que é ainda melhor, a reparal-as. O outro pelo contrário, é mentiroso, covarde e incorrigivel.» — Não me espanto, disse eu, já tinha tirado o horóscopo d'estas duas creanças; e contei-lhe o que tinha ouvido.
Desconhecido
MIBE 2021: L'homme blanc
Publicamos durante o mês de
outubro uma recolha de contos feita no âmbito da comemoração do Mês
Internacional da Biblioteca Escolar.
L’
Homme Blanc
- França -
Ce vieux soldat suivait un jour le chemin de Nérac à Agen avec un seul morceau de pain dans sa besace. Arrivé près de Moncaut, il s'assit au bord d'un fossé, et il commençait à manger, quand il vit venir à lui un homme vêtu de blanc de la tête aux pieds : chapeau blanc, habits et souliers blancs, et un grand bâton blanc à la main droite.
- Que fais-tu là, mon ami?
- Vous le voyez, Monsieur; je mange un morceau de pain. Nous le partagerons si vous voulez.
- Avec plaisir, mon ami.
L'homme blanc s'assit sur le bord du fossé à côté du vieux soldat, qui lui donna la moitié de son morceau de pain. Quand ils eurent mangé, l'homme blanc se leva et dit:
- Merci, mon ami. Tu peux suivre ton chemin. Rien ne te manquera aujourd'hui, et avant que tu rentres ce soir dans ta maisonnette, tu auras ramassé du pain pour vivre pendant un mois.
Le vieux soldat se remit en chemin. De toutes les métairies on l'appelait pour lui donner, et quand il rentra le soir dans sa maisonnette, il avait ramassé du pain pour vivre pendant un mois.
Ce même jour, l'homme blanc rencontra sur le chemin un voiturier qui portait trois religieuses.
- Mes soeurs, je suis las. Donnez-moi une petite place dans votre voiture.
- Passe ton chemin, homme blanc ; il n'y a pas de place ici pour toi.
Alors le voiturier eut pitié de l'homme blanc, et lui donna une place à son côté.
- Merci, mon ami. Ta charité te sera payée.
Ils cheminèrent ainsi jusqu'à un quart d'heure de Nérac. Alors l'homme blanc descendit et dit au voiturier:
- Je t'ai dit que ta charité te serait payée. Aussi vrai que ces trois religieuses que tu vois si pleines de vie seront mortes avant d'arriver à Nérac, tu trouveras ta femme qui est malade depuis sept ans, tout à fait guérie et occupée à te faire la soupe.
L'homme blanc s'en alla. Quand le voiturier arriva à Nérac, il trouva les trois religieuses mortes mais sa femme était sur la porte et criait:
- Allons, mon homme, dépêche-toi : la soupe se refroidit.
Desconhecido
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