sexta-feira, 4 de março de 2011

Tens visto o Antão?

Em "Tens visto o Antão? Contos pícaros e outros não" reuniram-se quinze histórias que não chocam entre si, que pertencem ao mesmo universo já estruturado em livros anteriores, onde a morte e a vida tratam as pessoas por tu, sem distinção, e onde o burlesco, muita vez, apaga com uma lágrima a emoção. Ou vice-versa.

Desde a Guida, a sempre pronta, ao bicudo caso do Deodato, passando pelo strip da coleante cunhada viúva do irmão mais novo do Dr. Floriano Bata Curta; do medo do Quim pela sujidade do mar ou do amor impossível que o aristocrata Carlos Medina alimenta pela tísica Misse Jeny até ao militar impotente que cede a noiva ao amigo estéril; do grito estridente da saia bormelha ao ferrete de ser filho de pai incógnito – são farrapos de alma que a esperança acorrenta aos personagens, num estilo escorrido e árico. «Onde,o Natal?» é o único texto já publicado num jornal. Os demais, da dadivosa «Mariana do Rego» ao velho do «Regresso» ou ao lúbrico «Tens Visto o Antão?», outras tantas são as páginas arrancadas ao inesperado, por vezes com violência, em que se entralaçam fantasia e realidade. Enquanto isso, os velhos da cidadezinha, que na verdade é este sítio onde todos nos cruzamos, lembrarão sempre coisas passadas, deixando, para os mais novos, o inalienável direito ao sonho que alimenta a vida.

O livro já está disponível para requisição na nossa biblioteca.

António Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo a 34 de Janeiro de 1923 e morreu em Lisboa a 8 de Junho de 2010. Poeta, dramaturgo, contista, ensaísta, memorialista, tradutor, gastrólogo e autor de livros para crianças, foi também empresário teatral, director artístico, encenador e actor.

Publicou meia centena de livros de poesia e cerca de oitenta títulos de outros géneros literários. Dirigiu e encenou durante três décadas mais de duzentos espectáculos de teatro infanto-juvenil, de teatro para adultos, de ópera e opereta. Obteve, tanto pela sua obra poética e literária como pela actividade artística, numerosos prémios.
Dirigiu, com David Mourão-Ferreira e Luís de Macedo, as folhas de poesia Távola Redonta (1950/1954) e foi director da revista de cultura Graal (1956/1957).
Participou em alguns filmes portugueses e estrangeiros, em dezenas de peças para a televisão e teve vários programas culturais na RTP e na Rádio.

Contracapa do livro
Inspirem-se e participem no concurso Prémio Literário António Manuel Couto Viana.

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