quarta-feira, 10 de março de 2021

K.Leio: as mais importantes mulheres da nossa vida

 


Textos dos alunos do Clube K.Leio/12º F sobre mulheres de relevo nas suas próprias famílias. Um desafio da
professora Fátima Lopes (disciplina de História).


Espalhadas por todo o mundo encontramos mulheres fortes e lutadoras, que apesar dos obstáculos que a vida lhes apresenta elas enfrentam-nos sem qualquer medo e de cabeça erguida. Neste texto vou contar a história de vida de uma mulher destemida e forte, a minha avó, Elodie Marie Coelho.

Nasceu a 17 de fevereiro de 1940 em Charleroi, uma cidade no Sudoeste da Bélgica. Foi lá que viveu até aos dois meses de idade pois os seus pais viram-se obrigados a fugir da Segunda Grande Guerra. Vieram para Portugal e acabaram por ficar a viver em Viana do Castelo numa casa com um grande quintal. Um ano depois da vinda para Portugal, nasceu o Armando, irmão da minha avó. Foi nessa quinta que cresceram os dois. Viviam do campo e dos animais e, desde cedo que a minha avó trabalhou no campo com os pais. Fez desse trabalho no campo a sua vida. Todos os dias trabalhava arduamente na terra para que nada faltasse em casa.

Em 1968 casou-se com o meu avô e ficaram a viver juntos na casa dos meus bisavôs. Passado um ano de casamento tiveram uma filha, a minha mãe e, mais tarde, tiveram outra filha. Sempre viveram uma vida estável, o meu avô durante o dia trabalhava fora de casa e a minha avó ficava em casa com as filhas e a trabalhar, sempre levou uma vida de muito trabalho. Entretanto, o pai e o irmão da minha avó regressaram à Bélgica, com objetivo de arranjar um emprego. Conseguiram o emprego, e fizeram uma vida lá, o irmão da minha avó casou e teve uma filha. Em Portugal, quem ficou a gerir a casa foi a minha avó coma ajuda da sua mãe. Passados uns anos a minha avó recebeu a notícia que o irmão tinha morrido numa explosão de um camião, e na Bélgica deixou a mulher e uma filha. Foi uma notícia avassaladora para toda a família, mas especialmente para a minha avó. Foram tempos difíceis, mas a minha avó nunca desistiu, sempre foi mais forte do que a dor, continuou a trabalhar e a tomar conta da sua família.

O tempo foi passando e as filhas começam a ficar independentes, foram estudar e começaram a formar as suas vidas. Entretanto, os seus pais começaram a envelhecer e era preciso cuidar deles também. Cuidou deles tal como eles tinham cuidado dela. Primeiro faleceu a sua mãe, foi uma grande dor pois ela era um grande apoio para a minha avó e, anos depois morreu o seu pai, outro grande desgosto para ela. Mas, como sempre, a minha avó levantou a cabeça e lutou contra a dor. Continuou a viver na casa onde cresceu, continuou a trabalhar, e mais tarde abdicou do trabalho para tomar conta das netas.

Nos dias que correm, continua a ser a mesma mulher. Uma mulher cheia de força e de vontade, é impressionante ver o quanto ela luta contra as dores que sente, hoje em dia as dores são mais físicas do que psicológicas, mas mesmo assim ela não se deixa ir abaixo. Já não trabalha tanto como em tempos anteriores, mas continua a ser ela quem gere a casa, agora com a ajuda de toda a família. Ela diz ser uma mulher muito feliz porque tem umas filhas e um marido que a ajudam muito e umas netas que a adoram. Para mim não há pessoa mais forte e lutadora no mundo do que a minha avó e, é uma grande dádiva poder viver e falar com elas todos os dias porque ela é uma grande mulher.

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