terça-feira, 27 de abril de 2021

Onde estava no 25 de abril?

 
Os alunos do K.Leio responderam mais uma vez ao desafio da professora Fátima Lopes no âmbito da disciplina de História. Desta vez, entrevistaram familiares, vizinhos e conhecidos sobre esse dia em que "emergimos da noite e do silêncio"*

Entrevistadora: Maria Pinto, 12ºF /nº17

Entrevistado: Rogério dos Santos Pinto, 65 anos

P: Onde estava no 25 de Abril ?

R: Em Lamego. A revolução de 25 de Abril foi executada na madrugada desse dia, o alarme foi dado pela rádio com acompanhamento da música de Zeca Afonso, o povo que vivia oprimido das suas liberdades saiu em massa à rua em manifestação pela liberdade. Eu, como aluno, quando cheguei à escola também para participar, saímos todos agrupados a manifestar em contentamento o fim da repressão e o início da liberdade. E perto da escola, havia um parque chamado “Parque Salazar” que, em conjunto fomos retirar as letras como maneira de manifestar o descontentamento com a ditadura fascista e ao mesmo tempo com medo, porque não sabíamos a evolução da revolução, pois as ruas começaram a ficar cheia de tropas armadas.

P: Tem conhecimento se houveram muitas mortes durante a revolução?

R: Passado pouco tempo, é que se teve conhecimento de que houve confronto entre o exército e a Guarda Nacional Republicana em Lisboa, no quartel do Carmo onde se tinha refugiado o então primeiro ministro Marcelo Caetano. Não houve muitas mortes porque foi designada a revolução dos cravos, podemos dizer que foi pacífica.

P: Tinha conhecimento que antes do 25 de Abril, havia oposição a Salazar?

R: Sim, mas na clandestinidade, porque quem fosse descoberto sofria represálias da PIDE e muitos foram presos. A repressão era tão grande, que não havia liberdade de expressão e de escrita.

P: Parece-lhe que o 25 de abril teve impacto no estrangeiro?

R: Sim, por esse facto Portugal hoje faz parte da União Europeia.

P: Já que havia tanta gente descontente e contra o regime, havia quem saísse do país?

R: Muitos portugueses fugiam do país clandestinamente, atravessando muitas das vezes as fronteiras a pé por montes e a nado em condições desumanas.

P: Considera que a revolução de abril trouxe a liberdade que desejaram?

R: Sim. No aspeto comunicativo, porque as pessoas podiam expressar-se livremente em comunicação uns com os outros, criticando muitas das vezes o que estava bem e o que estava mal sem medo de sofrer represálias, ao contrário do regime fascista não havendo censura na informação da população.

*Sophia de Mello Breyner Andresen, poema "Hoje é a madrugada que eu esperava"

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