quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Cada Homem é uma Raça


Mia Couto nasceu em Moçambique em 1955, numa família de emigrantes portugueses. Publicou os primeiros poemas aos 14 anos e é já autor de uma vasta obra - poesia, contos, romances. Além de escritor, é biólogo e professor. Entre vários prémios e distinções, foi galardoado, pelo conjunto da sua obra, com o Prémio Vergílio Ferreira 1999 e com o Prémio União Latina de Literaturas Românicas 2007. Está traduzido em diversas línguas
Algumas das obras publicadas: Cada Homem é Uma Raça (contos, 1990), Cronicando (crónicas, 1991), Estórias Abensonhadas (1994), A Varanda do Frangipani (1996), Vinte e Zinco (1999), Mar me quer (2000), O Último Voo do Flamingo (2000), Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra (2002), O Fio das Missangas (2004), Venenos de Deus, Remédios do Diabo (2008), Jesusalém (2009).

Ler Mia Couto é surpreender-se com as suas estórias, mas é, sobretudo, maravilhar-se com as palavras que (re)inventa e (re)constrói. Cada Homem é Uma Raça, Cronicando e A Varanda do Frangipani estão disponíveis na Biblioteca da escola.

«Até que um dia apareceu Anabela, anabelíssima. Era uma rebuçada, capaz de publicar desejos nos mais pacatos olhos. Anabela apaixonou-se por Benjamim. O pobre nem com isso: ao contrário, mais ainda se internava em habilidades de kongolote*. A menina enviou bilhetes, mensagens mais suspiradas que rabiscadas. Na presença dele, Anabela se desembrulhava.»

kongolote* - bicho de mil patas
(Excerto de ‘O ex-futuro padre e a sua pré-viúva’ uma das estórias de Cada Homem é Uma Raça).