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Na pérola via Coyotito sentado a uma carteira numa escola, como a que Kino tinha visto um dia através de uma porta aberta. E Coyotito tinha um casaco vestido, e um colarinho branco e uma larga gravata de seda. Além disso, Coyotito estava a escrever numa grande folha de papel. Kino olhou para os vizinhos, orgulhosamente:
- O meu filho há de ir à escola - disse, e fez-se silêncio entre os vizinhos. Juana conteve a respiração. Os seus olhos brilhavam ao fitá-lo, e baixou rapidamente o olhar para Coyotito, para ver se aquilo seria possível.
Mas a profecia brilhava no rosto de Kino.
- O meu filho há de ler e abrir os livros, e o meu filho há de escrever e conhecer a escrita. E o meu filho há de fazer números, e essas coisas hão de libertar-nos, porque ele há de saber, há de saber e nós havemos de saber através dele.
E na pérola Kino viu-se a si próprio e a Juana acocorados junto do fogo, dentro da cabana, enquanto Coyotito lia um grande livro.
- É isso que a pérola há de fazer - disse Kino.
(John Steinbeck, A Pérola)