sábado, 30 de junho de 2012

O Grande Gatsby

Recomendámos a obra há já algum tempo. Agora que as férias estão aí, relembramos esta sugestão de leitura.


As três reedições de 2011, a descobrir numa feira do livro perto de si

Um excerto

"Era eu rapaz, e ainda impressionável, meu pai deu-me um dia um conselho que, desde então, me ficou às voltas na cabeça. Disse ele:
- Quando te sentires com vontade de criticar alguém, lembra-te disto: nem todos tiveram neste mundo as vantagens que tu tiveste.
Mais não disse, e bastou: fomos sempre muito comunicativos, mas com certo aticismo. Percebi que ele queria dizer muito mais do que as palavras. Tornei-me assim propenso a reservar os meus juízos, hábito este que me deu a chave de muitos temperamentos interessantes e me tornou vítima, também, de um grande número de maçadores encartados. O espírito anormal não tarda em aperceber-se desta qualidade e em se lhe apegar, se a encontra num indivíduo normal; e aconteceu que, na escola, fui injustamente apodado de «político», só porque me tornava o repositório das mais secretas queixas de pessoas agrestes e reservadas. Não era que eu solicitasse as confidências: mais de uma vez fingi que dormia, ou que estava distraído, ou simulei uma hostil ligeireza de ânimo, ao aperceber-me, por algum sinal iniludível, de que uma revelação íntima tremulava no horizonte: pois as confidências da gente moça, ou pelo menos os termos em que se exprimem, são habitualmente plagiárias e viciadas de óbvias supressões. Isto de reservar o nosso juízo é uma das questões de infinitas esperanças. Ainda hoje me sinto um tanto receoso de que alguma coisa me escape, se me esqueço de que, como o meu pai sugeriu com snobismo, e eu com snobismo repito, o senso das decências fundamentais da vida é um dom desigualmente repartido à nascença..."
...

- Um dicionário? -Temos!

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Em breve, numa sala de cinema:

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