Os alunos do K.Leio responderam mais uma vez ao desafio da professora Fátima Lopes no âmbito da disciplina de História. Desta vez, entrevistaram familiares, vizinhos e conhecidos sobre esse dia em que "emergimos da noite e do silêncio"*
Entrevistadora: Maria Pinto, 12ºF /nº17
Entrevistado: Rogério dos Santos Pinto, 65 anos
Entrevistado: Rogério dos Santos Pinto, 65 anos
P: Onde estava no 25 de Abril ?
R: Em Lamego. A revolução de 25 de Abril foi executada na madrugada desse dia, o alarme foi dado pela rádio com acompanhamento da música de Zeca Afonso, o povo que vivia oprimido das suas liberdades saiu em massa à rua em manifestação pela liberdade. Eu, como aluno, quando cheguei à escola também para participar, saímos todos agrupados a manifestar em contentamento o fim da repressão e o início da liberdade. E perto da escola, havia um parque chamado “Parque Salazar” que, em conjunto fomos retirar as letras como maneira de manifestar o descontentamento com a ditadura fascista e ao mesmo tempo com medo, porque não sabíamos a evolução da revolução, pois as ruas começaram a ficar cheia de tropas armadas.
P: Tem conhecimento se houveram muitas mortes durante a revolução?
R: Passado pouco tempo, é que se teve conhecimento de que houve confronto entre o exército e a Guarda Nacional Republicana em Lisboa, no quartel do Carmo onde se tinha refugiado o então primeiro ministro Marcelo Caetano. Não houve muitas mortes porque foi designada a revolução dos cravos, podemos dizer que foi pacífica.
P: Tinha conhecimento que antes do 25 de Abril, havia oposição a Salazar?
R: Sim, mas na clandestinidade, porque quem fosse descoberto sofria represálias da PIDE e muitos foram presos. A repressão era tão grande, que não havia liberdade de expressão e de escrita.
P: Parece-lhe que o 25 de abril teve impacto no estrangeiro?
R: Sim, por esse facto Portugal hoje faz parte da União Europeia.
P: Já que havia tanta gente descontente e contra o regime, havia quem saísse do país?
R: Muitos portugueses fugiam do país clandestinamente, atravessando muitas das vezes as fronteiras a pé por montes e a nado em condições desumanas.
P: Considera que a revolução de abril trouxe a liberdade que desejaram?
R: Sim. No aspeto comunicativo, porque as pessoas podiam expressar-se livremente em comunicação uns com os outros, criticando muitas das vezes o que estava bem e o que estava mal sem medo de sofrer represálias, ao contrário do regime fascista não havendo censura na informação da população.
*Sophia de Mello Breyner Andresen, poema "Hoje é a madrugada que eu esperava"
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